No dia que eu morrer
Que seja de amor
Que tenha gosto de céu
Quero vela e cheiro de flor
Banhar-me no leite e no mel
Voar , atravessar as paredes
Só luz, horizonte e rede.
No dia que eu sobreviver
Que seja sobre amor
Eu quero arroz com feijão
Um ducha de lágrima pra limpar
As feridas do coração
Esparadrapo, analgésico e pão.
Um sonho pra poder alcançar os
meus pés tão firmes no chão.
No dia que eu me render
Que seja para o amor
Eu quero algema e grade
Pra mim e também para dor
Uma pistola com bala de maçã.
Para minha boca perfurar
Sangrando o beijo de hortelã.
Que usar pra me torturar.
Se um dia o dia amanhecer
Que seja manhã de amor
Ouvir o relógio despertar
Os olhos pra o seu calor
Cegando os raios de sol.
Ligando o ventilador.
Se um dia o “se” eu falar
Que seja um se de amor
De Djvan ou sei lá
Quem sabe outro compositor.
Que tudo me seja de amor.
E o nada também.
Que eu, o outro, o além... tenha
haver com amor também.
Ivy de Almeida Coelho
13/06/2014
Ivy de Almeida Coelho
13/06/2014